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"Aquelas mulhers entravam no barco como donas daquele território."
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Pergunta<\/p>\n
Pergunta<\/p>\n <\/div>\n
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\n Lisboa foi efectivamente uma capital imperial durante centenas de anos, por isso, n\u00e3o h\u00e1 volta a dar na afirma\u00e7\u00e3o colonial da sua hist\u00f3ria contempor\u00e2nea (e n\u00e3o s\u00f3). Nos \u00faltimos cem anos, e em espe- c\u00edfico no Estado Novo, os esfor\u00e7os de narrar a Capital como colonial deixaram de ser exclusivamente monumentalizados, mas foram tamb\u00e9m expandidos na sua trama urbana.\n <\/p>\n
\n A \u201cExposi\u00e7\u00e3o do Mundo Portugu\u00eas\u201d, em 1940, serviu de mote para a reconvers\u00e3o urban\u00edstica da antiga Vila de Bel\u00e9m, eliminando uma Vila inteira, seus moradores e meios de produ\u00e7\u00e3o. Desmonta- dos os pavilh\u00f5es da Exposi\u00e7\u00e3o, o Padr\u00e3o ou o Jardim da Pra\u00e7a do Imp\u00e9rio s\u00e3o alguns dos elementos que ficaram para a cidade.\n <\/p>\n
\n Se falarmos de elementos monumentais, a estatu\u00e1ria, pe\u00e7as de cole\u00e7\u00f5es de museus e designa\u00e7\u00f5es urban\u00edsticas (como do Bairro das Col\u00f3nias \/ Ultramar \/ das Novas Na\u00e7\u00f5es) sinalizam facilmente a narrativa colonial de Lisboa e consubstanciam-se como alvos de uma cr\u00edtica contempor\u00e2nea decolo- nial e contra a barb\u00e1rie, a verdade dessa narrativa \u00e9 muito mais densa e intrincada.\n <\/p>\n <\/div>\n <\/div>\n<\/div>\n\n
Madragoa, antigo bairro do Mocambo. 2021 \u00a9 Nome do autor da foto<\/p>\n<\/div>\n\n
\n Se olharmos, por exemplo, para a topon\u00edmia atribu\u00edda na d\u00e9cada de 50 do s\u00e9culo XX aos arruamen- tos da Penha de Fran\u00e7a, o elemento agregador \u00e9 o de militares ou figuras que delimitaram a pol\u00edtica portuguesa em \u00c1frica (Os Africanistas), nomes como:\n Paiva Couceiro<\/a>, Eduardo Galhardo<\/a>,\n Artur de Paiva<\/a>, Francisco Pedro Curado<\/a>,\n Mouzinho de Albuquerque<\/a>, Teixeira Pinto<\/a>, etc. Quase por ironia, a investiga\u00e7\u00e3o apurada dessas personagens permite-nos chegar a hist\u00f3rias de l\u00edderes africanos n\u00e3o revelados e explorados nas v\u00e1rias narrativas hist\u00f3ricas formais, curriculares do pa\u00eds, de Gungunhana aos v\u00e1rios sobas sujeitados a Eduardo Galhardo.\n <\/p>\n\n
\n \u201cA \u00c1rea Metropolitana de Lisboa enquanto\n
entidade geogr\u00e1fica e social \u00e9 colonial.\u201d\n <\/div>\n\n \n \u201cA \u00c1rea Metropolitana de Lisboa enquanto\n
entidade geogr\u00e1fica e social \u00e9 colonial.\u201d\n <\/div>\n <\/div>\n <\/div>\n\n \n \n
\n Onde foi sendo fixada essa popula\u00e7\u00e3o migrante e racializada?\n <\/p>\n